terça-feira, 26 de abril de 2016

Professor Pardal e o barco ideal




 
    Sempre que chegamos a um lugar mais movimentado, nossa embarcação, híbrido de um caiaque com um bote, é alvo de certa curiosidade. É comum aparecer alguém e nos abordar perguntando delicadamente:  "que raio" de barco é esse?! rs. Outros já matam a "charada" e perguntam se comprei pronto ou eu que adaptei e quase sempre também perguntam de onde estamos vindo. Um ou outro mais curioso dá uma inspecionada no suporte do motor, querendo ver como foi feito, e aí (e isso também já virou certo clichê) se despedem me chamando de Professor Pardal. 
  Apelido que declino por falta de merecimento. Se realmente fosse eu o autor da ideia, aceitaria com prazer, mas sempre digo a verdade: apenas copiei, como pude, alguns outros projetos que vi na internet. 

    Essas abordagens em nada me incomodam. Na verdade eu gosto pois acabo conhecendo e trocando experiências com pessoas, que assim como eu, também são apaixonadas por barcos.

   Há pouco tempo em uma dessas conversas à beira mar, conheci um senhor muito simpático (foto dele conversando comigo abaixo). Entusiasta do mundo náutico, disse-me que já teve barcos de todos os tipos: veleiros, lanchas, e quando mais jovem, um botezinho com o qual conheceu quase tudo em Angra. Comentei que gosto bastante de veleiros e que pretendo um dia ter um e ele rebateu dizendo que provavelmente a época mais feliz foi quando tinha somente o bote... - Era só por na água, ligar o motor e navegar...barco grande dá muito problema.            Concordei, mas no íntimo pensei: obrigado, mas isso é uma coisa vou ter que averiguar.


Foto: Marcia M.
Conversando e aprendendo (foto: Marcia M.)


 Nada contra jet skis ou botes, mas nosso barco é um caiaque!

   Não buscamos a adrenalina da velocidade, optamos pelo oposto: ir o mais lentamente possível. Assim, o "barulho" do motor não atrapalha em nada a contemplação da paisagem. 
  Não é só o destino que é legal, o caminho também tem que ser. 
    Além disso, sempre que estamos próximos a uma ilha ou praia, preferimos desligar o motor e remar. Então sempre acaba sendo mais caiaque mesmo. Passamos mais tempo remando do que motorando.
   Falando em adrenalina, pra mim, mar e adrenalina são duas coisas inseparáveis. As ondas, as distâncias, o vento, aquela imensidão de água e a sensação de pequenez....é como já ouvi um marinheiro dizer:  "- O mar é um grande professor. Que expõe nosso real tamanho e assim nos ensina, principalmente, a humildade." 
  
   E assim o "pseudo-professor Pardal" segue aprendendo com o verdadeiro professor: o Mar. 




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