quarta-feira, 23 de julho de 2014

Capotagem

 

        No dia seguinte que fiz esse vídeo aí em baixo, capotei com motor e tudo na entrada da Garganta (S. Vicente) ! Perdi quase tudo que havia no caiaque: chinelos, chave de casa etc rs. Mas o triste mesmo foi ver o motorzinho emborcado na água salgada..... 



                Causa 


       Não capotamos por causa das ondas (naturais) que se formam ali, mas sim devido a uma lancha que passou e levantou uma das grandes paralela a nós. Quando vi a onda não havia mais tempo para tentar uma manobra e escapar da capotagem. Detalhe importante: estava com um amigo que pesa 95Kg na frente o que ajudou muito a nos desestabilizar.


      Como na maioria das vezes ando acompanhado (com passageiro), pra evitar capotagens estou usando agora um par de defensas amarradas nas laterais do caiaque. Leia sobre isso aqui.


      Para fazer o motor voltar à vida, troquei a gasolina, a vela e borrifei bastante WD no cachimbo e buraco da vela. Pegou depois de umas 20 puxadas na cordinha...está funcionando bem até hoje. 












Motor Mercury 3.3



       A manutenção básica é simples: quando está sem uso funciono ele uma vez por mês e limpo o carburador uma vez por ano. Desmonto e lavo as peças com gasolina. Para não dar trabalho pra pegar sempre esvazio o carburador pelo dreno (parafuso que fica em baixo dele), e antes de fechar dou uma boa borrifada de WD40 dentro.

      Se você comprar esse motor usado, verifique antes de ir para a água se o respiro da gasolina (furinho que fica na tampa do tanque e que permite a entrada de ar) não está obstruído. Verifique também o estado da parte interna do hélice (onde se encaixa o pino de segurança) e o pino. Se a marcha foi engatada com o motor em alta rotação o hélice e/ou o pino poderão estar danificados. 


Recomendo também a compra do Manual de Manutenção escrito pelo Ricardo Amantucci. Segue o link:

http://tangatamanu.wordpress.com/2011/02/28/manutencao-do-3-3-de-popa/


ou aqui:

http://www.sobrehomenseveleiros.com.br/index2.htm












Voltando da Ilha Sapeca



                                                   Voltando da Ilha Sapeca

Na volta as ondas cresceram um pouco. Mas estavam a favor, o que proporcionou algumas surfadas!

(Esse post é continuação desse aqui: http://caiaquetrips.blogspot.com.br/2014/06/passeio-ate-ilha-sapeca.html)






Veja o vídeo:






                               





Estabilidade / Defensas


      

    Descobri na prática algo sobre a estabilidade do caiaque com motor de popa e gostaria de compartilhar com quem está prestes a motorizar seu caiaque.
                
       Quando saio sozinho, o caiaque fica muito estável. O motor contribui para a estabilidade pois a parte que está abaixo da linha d'água faz o papel de lastro e quilha. 
       Também costumo usar um contra-peso na frente, pois o peso concentrado atrás (o meu + o motor) e somado a isso a aceleração, faz com que o caiaque empine muito.

      Com passageiro a coisa muda de figura. Se for uma pessoa alta e pesada então a estabilidade fica seriamente comprometida.


Obs.: Capotagem em caiaque é uma coisa normal e desemborcar e reembarcar novamente deve (ou deveria) ser uma manobra básica sabida por todos que se aventuram a sair para umas remadas. 



                                                      Defensas

            Eu gosto de usar motor, e para não encharcar muito ele de água salgada (rs) quando saio com mais alguém, costumo usar um par de defensas nas laterais do caiaque, que servem como flutuadores. Talvez não seja a solução ideal pois as defensas geram um certo arrasto, porém o ganho que se tem em estabilidade é enorme e o passeio fica bem mais tranquilo. O sistema é simples, de fácil instalação, não há o menor risco de avaria estrutural no caiaque e também não atrapalham as remadas. Prendo as defensas com uma cinta de carga e dois cabos/cordas de 4 mm.

          No teste mais recente, a bordo estávamos eu e minha namorada, fiz questão de ficar paralelo às ondas, próximo a uma arrebentação. As ondas íngremes passavam sem a menor chance de nos emborcar. O que antes me deixaria em estado de alerta transformava-se agora em uma nova diversão!  











terça-feira, 3 de junho de 2014

Passeio até a Ilha Sapeca




Nada mais certo que fazer o primeiro post do blog com o relato da travessia de estréia do meu caiaque.

Quem assiste ao video que "upei" pro Youtube sem ler a descrição, pode pensar que a travessia foi um "mar de rosas". Na realidade houveram alguns contratempos.


 Saímos da praia do Corumbé. A ilha Sapeca fica por volta de 3 Km dessa praia. Apesar do dia estar muito bonito e com clima favorável, eu estava um pouco apreensivo. Era o primeiro teste de tudo (caiaque, motor, suporte etc) e no mar....e com minha namorada que nunca havia subido num caiaque! Mas após alguns minutos navegando fiquei tranquilo. Estava satisfeito com o desempenho e estabilidade do barco, então descontraí e fiquei só curtindo o visual enquanto a Marcia fazia alguns videos.


Já havíamos completado aproximadamente 2/3 do caminho quando o motor morreu. Tentei descobrir na hora o que havia de errado mas não consegui, estava aparentemente tudo ok. Como estava decidido a ir e voltar sem precisar remar, fiquei uns 5 minutos tentando fazê-lo funcionar e nada. Abri o tanque pra ver se havia alguma sujeira na gasolina, não consegui ver direito...estava de joelhos no assento, me equilibrando e tentando não virar o caiaque, que já balançava razoavelmente devido às marolas. Fechei, tentei mais uma puxada na cordinha, duas, na terceira o motor pegou. Maravilha! A alegria durou pouco, engatei a marcha, acelerei e....não saímos do lugar. O hélice não girava, ficava apenas fazendo um monte de bolhas. Na hora tive certeza que era o pino que havia quebrado, e lamentei pois não tinha nenhum de reposição. O jeito foi desligar o motor e seguir o trajeto a remo.


 Estragou um pouco "o barato" mas não desanimamos. Decidimos ir até a ilha e depois voltaríamos até Corumbê no braço mesmo. Quando estávamos a uns 100 metros da prainha da Sapeca fiz mais uma tentativa no motor. Pegou de primeira, engatei e a hélice girou (êba!). Só pra testar resolvi dar uma volta completa na ilha. Me arrependi disso logo depois. Chegando do outro lado o mar estava todo mexido, com marolas altas e desencontradas, além de haver uma "parede" de pedras e parcéis no nosso caminho. Não sabia por onde passar! Após alguns segundos de hesitação, finalmente achamos uma passagem e conseguimos retornar à prainha da ilha.


Ancorei e desembarcamos. Demos uma volta pela ilhota, que apesar de pequena é muito bonita. Um verdadeiro paraíso tropical. Mas como já havia perdido um pouco da confiança no motor e comecei a sentir um vento mais forte entrando, decidimos não ficar muito por lá.


Subimos no caiaque, dei a partida e foi só alegria: tudo funcionou. No trajeto de retorno ao continente (video nesse post), o vento, que aumentou de intensidade, fez as ondas crescerem. Mas o caiaque continou mostrando-se bem estável, inclusive ao surfar descendo as ondas, que iam na mesma direção.


Chegando em Corumbê o motor morreu......e não quis mais saber de pegar. Na hora não consegui descobrir a causa e fiquei, teimosamente, tentando fazê-lo funcionar. Fui dormir com o braço doendo de tanto puxar a bendita cordinha....



Assista ao video: