Travessia da Praia do Pontal (Paraty / RJ) à Ilha Sapeca num barco à remo. Distância: aprox. 6 Km
Mais um post que tem minha adorada Paraty como cenário.
Essa é do túnel do tempo. Um "quase" perrengue ocorrido a vários anos atrás:
Férias, dois dias antes do Natal, já de saco bem cheio do Ibirapuera e da Av. Paulista, propus ao meu amigo Julio irmos à Paraty e voltarmos pra Sampa ainda a tempo de passarmos as festividades com nossos familiares. Ele topou e lá fomos nós.
No dia seguinte, comentei com o Julio que seria legal se pudéssemos dar umas remadas por ali e ele concordou. Foi aí que vimos o barquinho ancorado no canto esquerdo da praia. Não perdemos tempo. Achamos o proprietário e fizemos uma proposta de locação que foi prontamente aceita....
- Show! Vamos remar!
Compramos uma garrafa de água e embarcamos.
O clima estava perfeito, sem vento e o mar lisinho. Assim surgiu a idéia (de jerico rs) de ir até "aquela ilha" (cujo nome ainda não sabíamos) na linha do horizonte.
Na ida foi só alegria. O único inconveniente era que por vezes tínhamos que tirar a água que o barco fazia.
Por volta de uma hora depois estávamos no meio da baia, a quilómetros de qualquer margem. Via-se a Igreja de Santa Rita, cartão postal de Paraty, como um pontinho branco lá longe. Mais meia hora e finalmente chegamos à ilha (do Malvão).
....mas o dono estava ali na praia com sua família.
Então continuamos remando....
Fomos contornando a ilha do Malvão e logo atrás uma agradável surpresa. Um pequeno oásis "boiando" no meio do mar, um mini paraíso chamado Ilha do Sapê ou Sapeca.
E virou com tudo !!...vento, chuva e mar encarneirado.
Todos os barcos que lá estavam rapidamente zarparam.
Ficou evidente que seria bem complicado, pra não dizer impossível, voltarmos pro Pontal naquelas condições. O entardecer avizinhava-se e chegamos à conclusão que teríamos que dormir lá, com quase nada de água doce e desagasalhados...seria uma longa noite.
Por sorte, depois de algum tempo, apareceu um barqueiro com turistas.
Perguntamos se podia nos rebocar uma parte do trajeto. E a resposta foi sim! Ufa!!
Rindo da encrenca que nos livramos
Devolvemos o barquinho e fomos tomar umas cervejas pra comemorar. Aliás, motivo não faltava.
Irresponsabilidade nossa? Não, acho que foi mais ignorância mesmo. Não passava por nossa imaginação que a tranquila baia de Paraty poderia transformar-se naquele pandemônio. Mas ficou a lição: mar é mar e com mar não se brinca, onde quer que seja.
Hoje tento ser mais precavido e não me lanço a travessias sem antes consultar à previsão do tempo, além de usar um relógio com barômetro.
Até a próxima!