terça-feira, 19 de maio de 2015

QUASE PERRENGUE



       Travessia da Praia do Pontal (Paraty / RJ) à Ilha Sapeca num barco à remo. Distância: aprox. 6 Km

  Mais um post que tem minha adorada Paraty como cenário. 

     Essa é do túnel do tempo. Um "quase" perrengue ocorrido a vários anos atrás:

    Férias, dois dias antes do Natal, já de saco bem cheio do Ibirapuera e da Av. Paulista, propus ao meu amigo Julio irmos à Paraty e voltarmos pra Sampa ainda a tempo de passarmos as festividades com nossos familiares. Ele topou e lá fomos nós. 

  No dia seguinte, comentei com o Julio que seria legal se pudéssemos dar umas remadas por ali e ele concordou. Foi aí que vimos o barquinho ancorado no canto esquerdo da praia. Não perdemos tempo. Achamos o proprietário e fizemos uma proposta de locação que foi prontamente aceita.... 

 - Show! Vamos remar! 

  Compramos uma garrafa de água e embarcamos.

    O clima estava perfeito, sem vento e o mar lisinho. Assim surgiu a idéia (de jerico rs) de ir até "aquela ilha" (cujo nome ainda não sabíamos) na linha do horizonte.





 Na ida foi só alegria. O único inconveniente era que por vezes tínhamos que tirar a água que o barco fazia.  



   Por volta de uma hora depois estávamos no meio da baia, a quilómetros de qualquer margem. Via-se a Igreja de Santa Rita, cartão postal de Paraty, como um pontinho branco lá longe. Mais  meia hora e finalmente chegamos à ilha (do Malvão).

....mas o dono estava ali na praia com sua família. 


  

Então continuamos remando....




   Fomos contornando a ilha do Malvão e logo atrás uma agradável surpresa. Um pequeno oásis "boiando" no meio do mar, um mini paraíso chamado Ilha do Sapê ou Sapeca. 





 Desembarcamos e pouco depois o tempo começou a virar...




  E virou com tudo !!...vento, chuva e mar encarneirado.

  Todos os barcos que lá estavam rapidamente zarparam.

  Ficou evidente que seria bem complicado, pra não dizer impossível, voltarmos pro Pontal naquelas condições. O entardecer avizinhava-se e chegamos à conclusão que teríamos que dormir lá, com quase nada de água doce e desagasalhados...seria uma longa noite.

  Por sorte, depois de algum tempo, apareceu um barqueiro com turistas.

   Perguntamos se podia nos rebocar uma parte do trajeto. E a resposta foi sim! Ufa!!




Rindo da encrenca que nos livramos


  O barqueiro, que seguia para o cais da cidade, nos deixou próximo de onde deveríamos devolver o barco. Nos despedimos e ficamos muito agradecidos, afinal o cara nos livrou bonito.

  Devolvemos o barquinho e fomos tomar umas cervejas pra comemorar. Aliás, motivo não faltava.

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  Irresponsabilidade nossa? Não, acho que foi mais ignorância mesmo. Não passava por nossa imaginação que a tranquila baia de Paraty poderia transformar-se naquele pandemônio. Mas ficou a lição: mar é mar e com mar não se brinca, onde quer que seja. 

  Hoje tento ser mais precavido e não me lanço a travessias sem antes consultar à previsão do tempo, além de usar um relógio com barômetro.

Até a próxima!